quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Partículas mais rápidas do que a luz?

Uma “surpresa total”. É assim que os cientistas do CERN descrevem o facto de terem encontrado partículas que, à partida, viajam mais depressa do que a luz. A descoberta ainda não foi confirmada e será sujeita a avaliações independentes, até porque pode pôr em causa a teoria de Einstein, segundo a qual a velocidade da luz é um limite intransponível.

No âmbito da experiência internacional Opera, a equipa de físicos descobriu que os neutrinos - partículas elementares da matéria – percorreram os 730 quilómetros que separam as instalações do CERN (Centro Europeu de Investigações Nucleares) em Genebra do laboratório subterrâneo de Gran Sasso (Itália) a uma velocidade seis quilómetros por segundo mais rápida que a da luz. Esta conclusão surgiu depois de três anos de recolha de dados e da observação de mais de 15 mil neutrinos.

“Este resultado é uma surpresa total”, admitiu Antonio Ereditato, da Universidade de Berna e porta-voz do projecto Opera. “Depois de muitos meses de estudos e de verificações não encontrámos nenhum efeito mecânico, ao nível dos instrumentos, que possa explicar estes resultados”, explicou em comunicado publicado hoje no site do CERN. Ainda assim, os físicos apelam à maior “prudência”, uma vez que as medições ainda não foram verificadas com um sistema completamente diferente.
Notícia retirada do Público, 23 de Setembro de 2011.

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